Criada em 2018 pela escritora e editora Beatriz Bracher, por seu pai, Fernão Bracher (1935-2019), e pela editora Marta Garcia, a Chão faz livros que resgatam a memória de personagens e passagens pouco exploradas da vida brasileira, trazendo à luz perspectivas muitas vezes esquecidas.

São manuscritos, memórias, diários, relatos, cartas, obras literárias — que combinam valor como documento e interesse como leitura. Escritores e pesquisadores analisam e contextualizam esses materiais, oferecendo importante contribuição à historiografia brasileira e atendendo ao leitor interessado em conhecer outras narrativas sobre a história do Brasil.

A linha editorial da Chão dialoga com o conceito de história que atribui aos vestígios da ação de pessoas comuns, de sua cultura e da experiência do dia a dia valor documental igual ou superior ao dos registros oficiais e das narrativas hegemônicas.

Foi o que chamou a atenção de Beatriz Bracher durante uma pesquisa sobre a Guerra do Paraguai: “Ler as memórias de combatentes era muito interessante, ouvir aquela individualidade. Atiça a sua percepção de mundo”.

A editora Marta Garcia destaca o amplo campo aberto por testemunhos e documentos, que “possibilitam um mergulho simultâneo na história, na época e na mentalidade do autor”.

A Chão publicou seus primeiros livros em 2019. Resultado da troca constante com historiadores e outros pesquisadores, seus títulos seguem dando voz a personagens pouco representadas na história oficial e dando forma a sua proposta de resgate da memória brasileira.